Bom Retiro, declarado oficialmente como o Bairro Coreano

Neste  período, a comunidade paroquial sofreu algumas mudanças, como a transferência do templo e a mudança do título da paróquia. Com a base no crescimento e na estabilidade alcançada no templo do Ipiranga, conseguiu a transferência ao novo templo construído no Bom Retiro, e o título oficial da paróquia foi modificado da ‘Nossa Senhor a Rainha’ para ‘Paróquia Pessoal Coreana São Kim Degun’. Além destas mudanças externas, forjou a ativação da paróquia através das pastorais da juventude e da terceira idade. Através dos eventos que abrangem toda sociedade coreana como a ‘Festa do Hyodo’ (manifestação de agradecimento aos idosos), guiou a participação ativa de todos os coreanos. Com isso, a comunidade paroquial firmou sua identidade como um Centro Católico no Bairro Bom Retiro, onde oficialmente foi declarado como o Bairro Coreano. Também, com a mudança do templo, introduziu vários grupos de devoções e grupos apostólicos na paróquia, e os grupos já existentes modificaram as suas estruturas.

1. A construção da nova igreja e a sua dedicação

Na época em que o Pe. Jong Kook Kim chegou, o projeto de construção do novo templo estava parado por um momento. Pois houve uma divergência na opinião sobre a construção, teve a crise, quase que a paróquia entrava em cisão. Entrando nos anos de 1990, a maioria dos fiéis passaram a morar no Bom Retiro, como era uma longa distância da igreja, o tempo de ida e volta para participar nas missas ficou bem maior. Também o aumento repentino do número dos fiéis fez com que o espaço se tornasse apertado, dando grandes inconveniências. Com isso, houve muitas solicitações para construir o templo no Bom Retiro. Neste processo, houve vários conflitos dentro da comunidade.

O Pe. Jong Kook Kim iniciou a visita às famílias e promoveu o movimento das Orações do Rosário, modificando gradativamente o clima de divisão por causa das opiniões divergentes. Em setembro de 1998, reestruturou a Comissão Pastoral e nomeou o presidente da Comissão da Construção. Em março do ano seguinte, definiu e comprou o terreno do novo templo. A partir de novembro, com a base do fundo arrecadado através do Comitê de Apoio organizado em agosto de 1987, na época do Pe . Dong Ok Kim, iniciou efetivamente o recolhimento do fundo para o novo templo.

A Cerimônia de Dedicação do Novo Templo (9 de maio de 2004)

Em abril de 2000, reestruturou a Comissão da Construção e corrigiu uma parte do desenho arquitetônico, e promoveu a construção do templo conforme a capacidade financeira da paróquia. O projeto inicial da construção do novo templo foi de erigir um Centro Católico, que serviria não somente para os católicos, mas como um espaço aberto à toda sociedade coreana, um conjunto de facilidade educacional e cultural. Por causa desta intenção, a obra se processou em grande escala e o seu risco era grande tanto o quanto. Como iniciou a obra com o recolhimento de um terço do total do orçamento previsto, para diminuir o custo, modificou o sistema de construção para a responsabilidade direta da paróquia, e para isso organizou uma entidade jurídica chamada A.B.C.C., a Associação Brasileira dos Católicos Coreanos. Mais tarde, depois de 3 anos de obra, terminou a construção do templo. No dia 9 de maio de 2004, o dia da fundação da comunidade, tiveram a Cerimônia de Dedicação do Templo com a celebração presidida pelo Cardeal Arcebispo de São P a u l o , D o m C l a u d i o Hummes.

A construção do novo templo foi um milagre que modificou o que era impossível para o possível. Desde o momento do projeto da construção do novo templo, houve muitas vozes de preocupação. Como já existia muitas Igrejas dentro de São Paulo, era duvidoso a permissão da Cúria Metropolitana, da transferência da comunidade coreana e da construção de seu novo templo. Nesta situação, com várias dificuldades enfrentadas, a Comissão da Construção da época sugeriu a fundação de uma entidade jurídica independente, em nome da paróquia. Era uma maneira de simplificar os procedimentos legais complicados frequentes, e diminuir o custo da construção. Se a Cúria consentisse, quando houvesse falhas na obra ou problemas, a Cúria teria que se responsabilizar juridicamente no lugar da paróquia. O Dom Cláudio que confiou na comunidade coreana na época, acolheu esta solicitação da paróquia apesar do risco, e permitiu a transferência de título do terreno da construção e a fundação da tal entidade jurídica. Deste modo, avançando da impossibilidade para a possibilidade, experimentaram profundamente o auxílio de Deus. O Pe. Jong Kook Kim, depois da conclusão do novo templo, mencionou os três milagres de Deus sobre a obra, de não ter havido a cisão entre os fiéis, não ter acontecido nenhum acidente, e a obra ter sido concluído sem a preocupação de dinheiro. Deste modo deu a palavra de agradecimento aos fiéis.

A instalação da relíquia de São Kim Degun Andrea (2004)

Por outro lado, o Pe. Jong Kook Kim, quando a Igreja foi intitulado de ‘Igreja São Kim Degun’, doou a relíquia do Santo Andréas Kim Degun que trazia consigo à paróquia, e a instalou na capela.

Uma outra relíquia do São Kim Degun guardada na capela do convento foi transferida no dia 25 de março de 2007, para a paróquia de Sidney, Austrália. No dia 16 de dezembro do mesmo ano, a relíquia foi instalada no altar da paróquia, durante a celebração da Missa de Consagração presidida pelo Arcebispo de Sidney. Mais tarde, foi instalada a relíquia de São Seyoung Woo Alécio no convento, mas sobre o processo da instalação desta relíquia não há nenhum registro exato.

2. A mudança do título da Paróquia

Em fevereiro de 2005, tomou posse como o oitavo pároco, o Pe. Kyoung Lyol Lee (Pedro). O Pe. Lee, assim que tomou a posse, entrou no processo de modificação do título da paróquia. No seguinte documento, pode-se verificar a intenção do Pe. Lee e da comunidade a respeito da mudança do título da paróquia.

São Paulo, 18 de maio de 2005

Eminência Reverendíssima Dom Cláudio Cardeal Hummes
Arcebispo da Arquidiocese de São Paulo

Ref.: Mudança de nome da Paróquia

A Paróquia Pessoal dos Coreanos Nossa Senhora Rainha, criada em 25/07/1972 por decreto de Sua Eminência Revma. Dom Paulo Evaristo Arns, vem, através de seu pároco, Pe. Kyoung Lyol Lee, e do Conselho Pastoral e Administrativo representando a Comunidade Católica Coreana na Arquidiocese de São Paulo, à presença de V. Eminência solicitar a mudança do título da “Paróquia Pessoal dos Coreanos Nossa Senhora Rainha” para “Paróquia Pessoal dos Coreanos São Kim Degun”, conservando a Igreja sua titularidade de dedicação “Igreja Nossa Senhora Rainha”.

Justifica este nosso pedido de mudança do nome da Paróquia o zelo Pastoral. Queremos fazer presente aos cristãos coreanos radicados em São Paulo a figura heroica deste missionário coreano. Seu testemunho de vida, realçado com a titularidade 95 da Paróquia, será assim esperamos, um estímulo para a fidelidade na fé e crescimento do espírito missionário entre o povo coreano.

Esperando contar com a compreensão de V. Eminência, pedimos sua benção extensiva à toda Comunidade Coreana e a nossos trabalhos pastorais.

Conselho Pastoral e Administrativo

Pe. Kyoung Lyol Lee
Pároco da Paróquia Pessoal Coreana

O Cardeal Arcebispo Dom Claudio considerou o benefício espiritual e a causa pastoral da comunidade coreana, no dia 13 de julho de 2005, permitiu a mudança do título oficial para ‘Paróquia Pessoal Coreana São Kim Degun’. Mas conforme o Direito Canônico, fez permanecer o título de ‘Nossa Senhora Rainha’, dedicada à Nossa Senhora quando foi elevada como paróquia no dia 25 de julho de 1972.

Documento ofidial do pedido de mudança do título da paróquia

Decreto de mudança do título da paróquia

Arquidiocese de São Paulo
Cúria Metropolitana

DECRETO DE MUDANÇA DE TITULARIDADE DE PARÓQUIA

Considerando que, em 25 de julho de 1972, atendendo a razões de ordem pastoral concernentes à situação dos imigrantes coreanos e seus descendentes, na Arquidiocese de São Paulo, foi criada a Paróquia Pessoal dos Coreanos Nossa Senhora Rainha;

Considerando que aos 06 de maio de 1984, o Papa João Paulo II canonizou, o primeiro presbítero coreano, o mártir São Kim Degun, grande evangelizador do povo coreano;

Considerando o pedido apresentado pelo Revmo. Pe. Kyoung Lyol Lee, Pároco da Paróquia Pessoal Coreana, e pela Comunidade Paroquial, fundamentado em razões pastorais, solicitando a mudança da titularidade da Paróquia Pessoal Coreana Nossa Senhora Rainha para Paróquia Coreana São Kim Degun;

Decretamos:
Fazemos saber que, atendendo ao exposto acima e tendo em vista o bem espiritual da comunidade cristã coreana radicada na Arquidiocese de São Paulo, havemos por bem, pelo presente Decreto mudar o Título da Paróquia Pessoal Coreana Nossa Senhora Rainha, situada à rua Nair de Teffé, № 147, Bom Retiro, SP, na Região Episcopal Sé desta Arquidiocese, para Paróquia Pessoal Coreana São Kim Degun.
Declaramos, outrossim, que em conformidade com o Cân. 1.218, do Código de Direito Canônico, deve ser conservada a titulidade da Igreja dedicada à Nossa Senhora Rainha.
Dado e passado em Nossa Cúria Metropolitana de São Paulo, aos 13 de junho de 2005.

Dom Cláudio Cardeal Hummes
Arcebispo Metropolitano

Cônego Antônio Trivinho
Chanceler do Arcebispado de São Paulo

O semanário da paróquia ‘Solmoe’ (nº 2-500)

O Pe . Kyoung Lyol Lee, em novembro de 2005, reestruturou o semanário em todos os aspectos, aumentando as páginas do semanário, que era editado simplificadamente até agora, para 4 páginas. E modificou o nome para ‘Solmoe’. O semanário da paróquia foi editado primeiramente em 1972, com o nome de ‘Sungtcho’, depois teve os nomes de ‘Degun’, ‘Maum’, ‘Sarang’ e ‘Tornando um’. Mas o nome ‘Solmoe’ que foi modificado neste tempo, continua até agora. No dia 19 de abril de 2015, foi editado o nº 500 da edição do Solmoe.

Ordenação sacerdotal do Pe. Hyang Lim Koo (Daniel) (19 de dezembro de 2009)

Também, o Pe . Lee introduziu na paróquia o programa de informática ‘Haemi’, desenvolvido pelo Pe. Tae Woong Kwun e utilizado na diocese de Daejeon, para facilitar a administração financeira e os trabalhos da paróquia. Além disso, inclinou a atenção às atividades de caridade, ajudou o Santuário Santa Terezinha na Diocese de Campo Limpo que sofria dificuldades para a construção do templo, arrecadando um fundo de cerca de 200 mil dólares. E ainda ajudou a Paróquia Coreana no Paraguai que enfrentava dificuldades por causa de um incêndio. Tudo isso foi possível por que houve a colaboração ativa dos fiéis.

Por outro lado, nasceu um novo sacerdote, também após a transferência para o novo templo. No dia 19 de dezembro, o diácono Hyang Lim Koo (Daniel) foi ordenado como sacerdote na Arquidiocese de São Paulo. O Pe. Koo entrou no seminário em 2004, e após a ordenação, fez o trabalho pastoral na Paróquia Nossa Senhora do Carmo no Bairro da Aclimação, durante 4 anos. Desde fevereiro de 2014, foi cursar o curso de língua coreana na Universidade Seogang da Coreia durante um ano. Regressando ao Brasil, atualmente trabalha como o administrador na Área Pastoral São João, da Região da Lapa.

3. As principais pastorais e os grupos de apostolado

O Salão dos Jovens acrescido em 2009

1) Pastoral do Juventude

O Pe. Jong Kook Kim proferiu os seguintes termos ao prover o novo templo: “Este templo é a casa dos jovens. O dedicamos em nome de São Degun Kim a Deus, em favor de todos os jovens de hoje e do futuro.” Para ativação da pastoral da juventude, o Pe. Kim iniciou o Movimento de 10 milhões de orações do Rosário, e o Pe. Kyoung Lyol Lee reestruturou a Comissão da Juventude , consolidando e fortalecendo a organização. Fez a reforma da área poliesportiva, abriu a Escola de Futebol, aumentou o apoio ao Coral Infantil e ao Grupo de Coroinhas. Abriu as aulas de Bíblia em português, dando atenção à educação de fé dos jovens. Em 2009, acresceu a construção do Salão de Jovens em cima da casa dos padres e do convento, provendo o espaço para os jovens.

Para o Coral Infantil fundada em 1998, foi nomeada uma professora responsável, visando a formação de futuros pianistas. Tendo apresentações todos os anos e sendo convidado para vários eventos, o Coral Infantil ostenta as suas habilidades a todos.

A Escola de Futebol das Crianças aberta a todos aos sábados

Aula de Bíblia dos jovens em português, aberta todos os domingos

Na época, os torneios de futebol organizados pelas Igrejas coreanas eram frequentes. A paróquia também ampliou a área esportiva completando as suas funções, e desde maio de 2008, contratou um profissional, improvisando para que as crianças pudessem aprender o futebol sistematicamente, com alegria. Na Escola de Futebol improvisada deste modo, também estão participando as crianças não católicas de 6 a 12 anos de idade, e a Escola é aberta a todos aos sábados.

A aula de catequese dos jovens iniciou em 2000, e atualmente 4 voluntários estão dando a instrução catequética, não somente aos catecúmenos mas também para os professores da Escola Dominical. Mais tarde, foi aberta também as aulas de Bíblia em português, e atualmente, 3 voluntários leigos estão presidindo encontros de Bíblia todas as tardes de domingo junto com os jovens.

2) Pastoral dos Idosos

Os idosos coreanos que moram no Brasil, sua maioria residem no Bom Retiro. Pois o Bairro Coreano é mais conveniente para a convivência dos idosos, e especialmente, os fiéis preferem morar perto da Igreja. Mas a segurança do bairro não é boa e há limitações nas atividades, também as facilidades e os programas para os idosos são bem poucas. O Pe. Kyoung Lyol Lee, percebeu a situação, improvisou um Departamento independente para tal propósito, e incumbiu uma atenção especial na pastoral dos idosos, desenvolvendo programas específicos e arrumando um espaço de repouso para os idosos.

A ‘Festa de Hyodo’ que começou desde 2005 e está sendo aberta bienalmente, é um dos mais representativos programas da Pastoral dos Idosos. A Festa de Hyodo é aberta não somente para os idosos da paróquia, mas para todos os idosos da sociedade coreana acima de 70 anos de idade. A entidade responsável é o Grupo São José. Mas não somente o Grupo São José, todas as entidades da paróquia colaboram para esta festa. E em especial, está sendo organizado para que os jovens que nasceram e cresceram no Brasil possam aprender a tradição coreana de honrar os idosos, e o conceito de ‘Hyo’ tradicional da Coréia (Hyo: Um conceito de agradecimento e honra aos pais e aos idosos) através desta oportunidade.

A primeira Festa de Hyodo (29 de outubro de 2005)

Para os idosos da Paróquia, fundou a ‘Faculdade de Luz Prateada’ no dia 29 de junho de 2007. A Faculdade de Luz Prateada aberta com a Missa Inaugural no dia 6 de setembro, até o ano de 2013 a Sra. Ok Mi Do (Maria) serviu como diretora. Mas em 2013, após a chegada da irmã responsável, a partir de 2014, uma religiosa tomou a responsabilidade e está administrando com os voluntários. Com a fundação da Faculdade, ficou necessária uma organização que fosse responsável dos almoços e dos lanches para os idosos. Para isso, foi organizada o ‘Grupo Elizabete’, e atualmente cerca de 40 membros estão servindo divididos em 12 grupos menores.

3) Grupos apostólicos

Após os anos de 1990, com o aumento do número dos fiéis, houve mudanças também nos grupos apostólicos da paróquia. Houve a necessidade de uma divisão mais detalhada conforme as idades dos fiéis, ou conforme a direção pastoral dos párocos, ou conforme a devoção variada dos fiéis. Os grupos apostólicos sofreram várias mudanças, sendo fundados, separados ou desaparecidos.

A Ultréa foi fundada no dia 16 de setembro de 1994, mas os membros tiveram apenas uma formação e não receberam mais formações desde 1994. Após o quarto representante Sr. Yong Seok Kim (Pedro) não houve a nomeação de outo representante, e o grupo desapareceu. O Grupo de Visitas que foi fundada para visitar os doentes da paróquia em torno dos legionários, serviu até 2009, e depois foi desfeito.

O Grupo Jamo (mães das crianças) que iniciou a sua atuação desde 1998, foi dividida em dois grupos conforme o objeto a ser servido.O Grupo Jamo (mães das crianças) é um grupo formado por mães de crianças de 4 anos até a idade do nono ano escolar, e o Grupo de Mães é formado por mães de filhos colegiais e universitários. Desde agosto de 2008, foi estruturado também o Grupo de Pais e está servindo em todos os eventos dos jovens, e desde 2014, não somente aos jovens, mas também serve no almoço dos idosos na Faculdade Luz Prateada.

Além disso, no dia 9 de janeiro de 2011, o Grupo Joaquim, formado de fiéis masculinos acima de 56 anos, foi fundado separando-se do Grupo São José, e está servindo na entrega de Eucaristia aos doentes e no cuidado dos jardins. No dia 21 de abril do mesmo ano, foi fundada o Grupo 12 Apóstolos que se responsabiliza pelo serviço de carona para aeroportos para os sacerdotes e religiosas que visitam a paróquia. Estes também servem nos almoços da Faculdade Luz Prateada.

① Terceira Ordem franciscana

Terceira Ordem Franciscana

O título oficial da Terceira Ordem franciscana é a ‘Terceira Ordem Franciscana Fraternidade São Bonaventura’. Antes da Fraternidade ser reconhecida oficialmente, alguns fiéis devotos já estavam atuando como membros da Terceira Ordem. Mas para que estes participassem nos encontros, tinham que ir até a Igreja do Convento e também tiveram muitas dificuldades na formação por causa do problema de língua. Para resolver estes problemas, eles pediram ajuda ao Pe. Dong Ok Kim, e em dezembro de 1990, reuniram cerca de 70 fiéis formando um prénúcleo de Fraternidade. Desta forma, deram o primeiro passo para a sua fundação oficial. Com o Frei Alécio A. Broering (OFM) como orientador espiritual, prepararam-se com contínuos encontros e formações durante um ano, e no ano seguinte, no dia 1 de dezembro de 1991, foi fundada oficialmente a fraternidade com o reconhecimento da fraternidade superior direto, a Fraternidade da Região São Paulo (pertencente à Região 1, Distrito 8). Atualmente, estão atuando no total de 58 membros, com 6 formandos, 3 professos temporários e 42 professos perpétuos.

② Faculdade de Bíblia

Festa da Palavra ‘Shema’ da Faculdade de Bíblia

Até o período do Pe. Jong Kook Kim, as aulas de Bíblia eram orientadas pelo próprio pároco. Mas a partir de setembro de 1999, as religiosas da paróquia iniciaram os encontros bíblicos no Ipiranga e no Bom Retiro, em dois lugares ao mesmo tempo. Desde junho de 2004, quando foi enviada uma religiosa responsável para o apostolado bíblico no novo templo, a Faculdade de Bíblia está sendo ministrada em forma de curso de duração de 4 anos (2 anos para o Antigo Testamento e 2 anos para o Novo Testamento), como na forma atual. A Faculdade de Bíblia, através da meditação da Palavra e da partilha de grupos, se tornou um sustento firme para a comunidade paroquial, contribuindo no crescimento espiritual dos fiéis e na atividade missionária.

4. A fundação da Paróquia Hasang, em Campinas

Na cidade de Campinas, o início da imigração, foi frequente a entrada e saída dos coreanos por estar próximo a cidade de São Paulo. Presume-se que teria havido fiéis que se estabeleceram aqui desde cedo, mas na Paróquia, a comunidade desta cidade foi a mais recentemente fundada. O Pe. Jong Kook Kim, em 1998, visitou Campinas para presidir o Sacramento dos Enfermos solicitado pela família de Sr. Chang Won Yoo (Tiago), que estava doente. Naquela ocasião, o Pe. Kim soube da dificuldade dos fiéis em Campinas. Naquele ano, ele convidou todos os fiéis na casa do Sr. Rak Kyung Kim (Norberto) e celebrou a missa. Como o primeiro presidente da comunidade foi nomeado o Sr. Yong Soo Bae (Pedro), iniciando assim a comunidade de Campinas.

Ao entrar nos anos de 2000, aumentou a entrada das empresas coreanas em Campinas e na região ao redor. Por isso, foi discutido sobre a elevação da comunidade à paróquia durante a permanência do Pe. Kyoung Lyol Lee. Mais tarde, em 2010, o Bispo Auxiliar da Diocese de Daejeon, Dom Jong Soo Kim, passou na comunidade de Campinas durante a visita pastoral à paróquia, decidindo a elevação da comunidade à paróquia, depois de discutir o assunto com os membros da presidência da comunidade. O Pe. Chae Hyun Ahn (João) que era o vigário da paróquia, tomou a posse da comunidade e celebrou a primeira missa no dia 27 de dezembro de 2010. E no dia 12 de janeiro de 2011, na ocasião da mudança de cargos da diocese de Daejeon, foi nomeado como o primeiro pároco da Paróquia de Campinas. No mesmo ano, com a ajuda das Irmãs Dominicanas de Nossa Senhora do Rosário de Monteils, foi definida um espaço de encontro e a capela da Casa das Irmãs dominicanas. No dia 27 de fevereiro, celebraram a Missa da Fundação da Paróquia presidida pelo Arcebispo de Campinas Dom Bruno Gamberini, com o seu padroeiro, o São Hasang Paulo.

No momento da elevação à paróquia, os fiéis eram de 70 pessoas de 23 famílias, mas atualmente, seu número é de 144 (76 homens, 68 mulheres) de 48 famílias. Entre eles, os imigrantes permanentes no Brasil são 18 famílias e os funcionários das empresas que permanecem temporariamente são 30 famílias. Em agosto de 2012, fundaram uma comunidade em Piracicaba, uma cidade 75km distante da paróquia.

tabela 4) O histórico dos Presidentes Pastorais da Paróquia Hasang em Campinas (Período de comunidade incluso)

5. A paróquia e as congregações religiosas

A relíquia de São Alécio Seyoung
Woo conservada na capela do convento

1) Congregação Beneditina Missionária Tutzing

O início do envio da religiosa missionária coreana da Congregação Beneditina Missionária Tutzing da Coreia, foi a partir da ordem de transferência da missão recebida pela Irmã Sam Rye Che (Juliana), para a Província de Sorocaba. A Irmã Che que falava fluentemente a língua japonesa, atuou no apostolado dos imigrantes japoneses durante 2 anos e 6 meses, em Presidente Prudente. Mais tarde, com o pedido da comunidade coreana e pela ordem da Madre Geral, ela chegou na comunidade coreana como a primeira religiosa da comunidade, junto com a Irmã Ok Choon Kim (Ângela), no dia 25 de dezembro de 1969. Depois, a Irmã Myung Ja Kim (Cecília) chegou na comunidade coreana para a educação da língua coreana. Estas três religiosas, até a chegada do Pe. Young Sang Ham (Pio) em julho de 1973, se responsabilizaram sobre a pastoral geral da paróquia exceto as celebrações das missas e de sacramentos, substituindo os padres brasileiros que desconheciam a língua e a cultura coreana. As religiosas testemunham sobre a situação daquele tempo como seguinte:

A Irmã Cecília Kim era sempre ocupada não somente por causa da administração da escola de língua coreana, mas também pela preparação da primeira comunhão das crianças, com a orientação dos jovens, com a orientação do coral, edição do semanário, organização do registro dos fiéis… etc. A Irmã Cecília Kim não podia reunir e ensinar as crianças para a primeira comunhão num espaço só. Pois não conseguia achar um horário em que todas elas podiam estar juntas. Por isso, ela visitou cada família e fez o esforço de ensinar uma a uma a catequese para a primeira comunhão. Também pela primeira vez organizou o registro de 300 famílias de fiéis, provendo um importante documento. (…) Os fiéis coreanos trabalhavam até as altas horas da noite e as missas dominicais tinham que ser celebradas às 4 horas das tardes de domingo pela condição da igreja dos italianos. A escola dominical tinha que ser ministrada antes das missas dominicais. As duas religiosas dirigiam pessoalmente o carro para trazer as crianças das famílias, para que eles pudessem participar da escola dominical. Depois das missas, as crianças voltavam para casa com os pais. Esta era a figura da atividade missionária da época difícil, de início.

Com a chegada do sacerdote coreano na comunidade, as irmãs continuaram a atividade apostólica dando o maior peso na educação das crianças. Administrando a escola dominical, a escola infantil e a escola de língua coreana no Brasil onde a língua era diferente, estas deram atenção não somente para as crianças dos fiéis, mas também as dos não fiéis. As irmãs, substituindo os pais que enfrentavam dificuldades da imigração inicial, lutaram para enraizar nos seus filhos a identidade coreana e a concepção da fé. Pelo suor das religiosas, a comunidade coreana conseguiu superar as dificuldades do início, preparando gradativamente a sua estrutura básica.

Em março de 1976, a Irmã Kyung Ok Choi (Margarida) chegou na comunidade coreana, e o número das religiosas na paróquia completou 4 membros. A casa das irmãs convivida por estas 4 religiosas, foi elevada ao convento oficialmente no dia 12 de abril de 1977, e a Irmã Ângela Kim foi nomeada como a primeira superiora. Em 1989, a Irmã Juliana Che e a Irmã Ângela Kim foram enviadas à comunidade de Belo Horizonte, atuaram na atividade apostólica junto com outras duas religiosas brasileiras. Até a retirada do convento de Belo Horizonte em abril de 1996, as duas religiosas atuaram na atividade apostólica para os fiéis da comunidade e para os coreanos do local, e depois retornaram à Coreia.

Foi transferida a responsabilidade do convento da paróquia, da Província de Sorocaba para a Província de Daegu, da Coreia, em julho de 1999. Isto por que, as irmãs trabalhavam não para os brasileiros do local mas para os coreanos, e a administração e também a maior parte dos assuntos do convento eram responsabilizadas pela Província de Daegu. Desde os anos de 2000, além das religiosas responsáveis pela Escola Infantil e da missão paroquial, estão sendo enviadas responsáveis pelo apostolado bíblico e pela pastoral dos idosos. Atualmente 6 religiosas formam a comunidade religiosa, atuando nas atividades apostólicas.

2) Congregação das Irmãs Sociedade Pequeno Jesus

Missa em Ação de Graças pelos 20 anos da Congregação das Irmãs Sociedade Pequeno Jesus

A Congregação das Irmãs Sociedade Pequeno Jesus recebeu o reconhecimento da Cúria Metropolitana de São Paulo em agosto de 1994, e está administrando o refeitório gratuito para os moradores de rua desde agosto de 1998. Antes da congregação construir a ‘Casa São José’, vinham partilhando as refeições na rua, mas em 2005, compraram um terreno (820m²) perto da paróquia (Rua Javaés, 197), construíram instalações e um refeitório, estão distribuindo refeições gratuitamente a 250 moradores de rua todos os dias, exceto aos domingos. Esta instituição está em processo para receber o reconhecimento do governo como uma instituição de serviço social oficial.

Também, estão administrando um asilo para os idosos coreanos desprovidos de responsáveis, e desde 2001, abriu a biblioteca de livros em língua coreana com o apoio do Distrito de Seocho, Seul, e está fazendo serviços de empréstimos gratuitos de livros. Os paroquianos estão dando grandes ajudas à Casa São José, na distribuição de refeições, no voluntariado na biblioteca e no asilo, também nas doações de produtos para o bazar beneficênte. Em outubro de 2014, comemorando os 20 anos no Brasil, foi celebrada a Missa em Ação de Graças, convidando os sacerdotes e as religiosas da paróquia, os voluntários e os benfeitores. Atualmente, na Casa São José, as irmãs residem junto com 5 idosos que moram no asilo.

3) Congregação Franciscana Missionária de Serviço

O centro para as mulheres administrado pela Congregação Franciscana Missionária
de Serviço (Colo Materno)

A Congregação Franciscana Missionária de Serviço arrumou uma casa na região do Brás (Rua Sampaio Moreira, 124), perto do Bom Retiro. E está administrando um centro para mulheres (‘Colo Materno’), dando assistência para as mulheres com uma instrução técnica de costura, que visa a independência econômica das assistidas. Mas a dificuldade comum dos que atuam na Pastoral dos Necessitados é por causa do ambiente carente do Brasil e da falta da educação básica, os pobres não sentem muita vontade ou não possuem a persistência da aprendizagem. Os que atuam na pastoral, sentem aflições em ver a realidade dos necessitados, de não conseguirem avançar o tanto quanto do que desejam auxiliá-los. Atualmente, uma religiosa coreana reside permanentemente neste lugar, ensinando a técnica de costura às 8 moradoras do local. Esta casa também é mantida como a Congregação das Irmãs da Sociedade Pequeno Jesus, com a provisão da parte financeira pelo apoio dos fiéis e dos demais coreanos.