Neste período, o Brasil sofreu mudanças bruscas em toda a nação. A Assembleia Legislativa estabelecida em 1986, formulou durante 2 anos uma Nova Constituição da República Federativa do Brasil e a decretou. A Assembleia Legislativa evidenciou a cidadania e a liberdade religiosa e ideológica do indivíduo, codificando os itens que proíbem a segregação racial, a opressão arbitrária e a tirania do estado. Esta constituição decretada em 1988 ainda está sendo mantida. Também pela política do neo-liberalismo, em junho de 1990 foi aberta o mercado do país, e em 1994 foi realizada a reforma monetária, o Plano Real. As várias mudanças ocorridas neste período se tornaram os momentos definitivos para a estabilização da sociedade coreana que acabou de sair do período de adaptação. Por consequência, influenciou grandemente para o crescimento da paróquia.

A comunidade paroquial deste período, com o projeto pastoral sistemático dos pastores, ampliou o seu âmbito de missão não somente à sociedade local, mas também para toda região da América do Sul, começando a renascer como uma Igreja que se direciona para o mundo. Também com a formação de consenso para a construção do novo templo, iniciou a sério a obra para a construção da nova igreja.

1. A mudança da sociedade coreana e a comunidade paroquial

Os anos de 1990 foram um período em que as mudanças na vida dos coreanos se mostraram claramente. Com a introdução da política neo-liberalista, aumentou a entrada das empresas coreanas no Brasil, e os comércios exteriores se desenvolveram. Os setores profissionais em que os coreanos trabalham foram diversificados, e a área da confecção cresceu ainda mais. Com o Plano Real, a valorização monetária ficou estabilizada e os coreanos que compravam imóveis como lojas ou casas ao redor da região de Bom retiro aumentaram. Mas com a crise financeira do Brasil em 1999, muitos coreanos re-imigraram para os EUA ou voltaram para a Coreia.

Ao contrário desta situação reversiva de desenvolvimento e de declínio da sociedade coreana, o número de fiéis da comunidade paroquiana foi aumentando constantemente. Isto pode ser considerado como o resultado da atenção e do esforço contínuo aplicado na missão, depois do ano de 1990. Com o aumento do número dos fiéis, a comunidade paroquiana se firmou internamente, agora começava a voltar seu olhar para a sociedade local e ao mundo. Este esforço foi frutificando. Em curto período, realizou entregas de materiais de socorro e doações aonde eram necessários, e em longo período, fundou organizações que poderiam realizar partilhas concretas e dar auxílios práticos.

A comunidade paroquial, em 1997, participou da Campanha Nacional de Ajuda aos Norte-coreanos realizada pela Comissão da Reconciliação do Povo, da Igreja Católica Coreana, entregando pessoalmente uma doação na quantia de 18 mil dólares, recolhida através de bazares e de arrecadação de fundos, à Comissão da Reconciliação do Povo por duas levas. Em 1998, quando a campanha ‘Dia de Jejum Internacional para a Ajuda ao Povo Norte-coreano’ foi realizada no nível de toda sociedade coreana universalmente, formaram a Comissão do Brasil e entregaram à Comissão da Reconciliação do Povo, o fundo recolhido pela arrecadação nas ruas e pelo jejum. No mesmo ano, através do Pe. Hee Soo Woo que participou do Encontro dos Sacerdotes Missionários Coreanos na América do Sul no Chile, prometeu o apoio à Evangelização e Missão da América do Sul. Este compromisso está sendo cumprido até agora, desde a época de Pe. Jong Kook Kim, o seu sucessor.

A entidade para a bolsa de estudo também foi fundada neste período. O Pe. Dong Ok Kim, em 1990, fundou a ‘Bolsa Degun’ e entregou o dinheiro aos 12 estudantes recomendados pelos presidentes das pequenas comunidades todos os meses. Baseada na ‘Bolsa Degun’, em agosto de 1999, o Pe. Jong Kook Kim fundou a ‘Bolsa Shin-mang-ae’ junto com alguns fiéis que demonstraram suas intenções. A ‘Bolsa Shin-mang-ae’ foi um dos projetos das obras planejada em comemoração ao Ano Jubilar de 2000 e aos 35 anos da Fundação da Paróquia. No início, foi administrada como ‘Bolsa Degun’ fornecendo a bolsa aos estudantes em situação econômica familiar carente. Mas com o tempo, modificou o rumo do objetivo em criar excelentes recursos humanos que irão contribuir no desenvolvimento da paróquia e da sociedade coreana. A ‘Bolsa Shin-mang-ae’, hoje, fornece a bolsa a cerca de 15 estudantes todos os anos.

Por outro lado, os fiéis médicos, farmacêuticos e enfermeiras fundaram o ‘Grupo de Serviço Médico Degun’ com o objetivo de missão e serviço através da consulta gratuita, elegendo o Dr. Jae Man Lee (João) como o primeiro presidente. O Grupo de Serviço Médico Degun improvisou um consultório dentro da Igreja de Ipiranga, e atendeu nas áreas de clínica, ginecológica, terapia física em todos os sábados, desde as 14 horas até as 16 horas. Após a consulta, foram doadas gratuitamente, também os remédios. Mas o grupo teve que encerrar a sua atividade após 6 meses, por condições pessoais de cada um dos membros e pela dificuldade das pessoas do local.

Estas figuras da comunidade paroquial que pretendia servir à sociedade local através da atividade missionária e da partilha, demonstra um perfil da paróquia, entrando na sua estabilidade.

2. Os pastores da Paróquia

1) Pe. Dong Ok Kim (Paulo)
Período de permanência: março de 1989 – agosto de 1994

O Pe. Dong Ok Kim notando o problema da Igreja de Ipiranga, as frequentes enchentes, resolveu construir um novo templo e transferir a Igreja. Também, conforme a sua opinião de sempre, que a pastoral deve estar antes dos assuntos financeiros, apresentou o projeto pastoral para induzir a participação mais ativa dos fiéis nas atividades da paróquia.

A Igreja inundada pela chuva torrencial (2000)

Na época em que o Pe. Kim chegou, a Igreja no Ipiranga carregava problemas sérios por causa da sua localização e da estrutura predial. A Igreja no Ipiranga foi um templo que a toda comunidade proveu reunindo as forças, mas se situava num terreno baixo, com a estrutura de esgoto não organizada. Por isso, quando o córrego ao lado inundava, vinha enchente na igreja. O Pe. Kim experimentou a enchente da igreja por duas vezes durante a sua permanência. Da primeira vez, foi apenas o alagamento do salão e do escritório. Mas da segunda vez, em 1991, por causa de um torrencial de chuva histórica após 60 anos, não somente o escritório e a cozinha, a igreja toda inundou até a água subir 1m de altura. Sobre a situação daquele momento, o Sr. Young Sun Cho se lembra como o seguinte:

Naquela noite, lá pelas 22 horas recebi um recado pra vir urgentemente à igreja, porque a igreja estava sendo inundada por causa da chuva forte. Mas por causa da chuva, fiquei preso no trânsito e não pude chegar logo. Quando cheguei à igreja, era mais ou menos uma hora da madrugada e alguns fiéis já estavam reunidos. A irmã logo chegou dizendo que teríamos que transferir o Santíssimo do sacrário, antes de tudo. Ao entrar na igreja, a água subiu até a altura do meu peito. Eu, junto com alguns irmãos, transferi rapidamente a hóstia num lugar seguro, depois transferi os outros materiais para a missa o mais rápido possível. (…) Depois de toda água sair da igreja, todos os fiéis se reuniram, tiraram todos os materiais da igreja para fora para secar. Como era água de esgoto sem tratamento, o cheiro foi forte. Mesmo depois de meses, o cheiro dentro da igreja não desapareceu.

Não somente o desconforto causado pelas inundações, havia uma outra razão para transferir o templo. Com o aumento repentino do número de fiéis, o templo no Ipiranga logo entrou em situação de saturação. No ano de 1982, quando foi improvisada o templo no Ipiranga, o número de fiéis era de 1.500. Mas em 1990, chegou a 2.800. O depoimento seguinte mostra melhor como foi a situação da paróquia daquele tempo.

No momento, a nossa igreja consegue abrigar cerca de 600 pessoas junto com o salão ao lado. Mas aos domingos, fica tão apertado ao ponto de que os fiéis tem de ficar de pé, fora da igreja. Esta igreja que estamos utilizando, fica um pouco fora de mão, do centro da cidade, possui lados positivos porque as ruas não são muito cheias e podem estacionar mais de 150 carros que se concentram aos domingos. Mas como o prédio em si é algo reformado de uma fábrica, não há um espaço de repouso e as estruturas de conveniências. Também a casa dos padres e o convento das irmãs não estão por perto e sentimos várias dificuldades. Por tanto, necessitamos assegurar uma instalação bonita, ampla, com estruturas educacionais.

O Pe. Kim, captando os problemas enfrentados pela paróquia como este, após examinar as opiniões sobre a ampliação e a transferência do templo, resolveu construir um novo templo para fazer a transferência. Depois da busca de várias localidades, entrou em acordo com o Arcebispo de São Paulo, o Cardeal Dom Paulo Evaristo, de trocar o terreno da Igreja de São Cristóvão e a Igreja de Ipiranga. Desde maio de 1994, para estimular a atenção dos fiéis sobre a construção do novo templo, elaborou a ‘Oração para a construção do Novo Templo’ e começou a rezar.

Oração para a construção do Novo Templo Senhor!

No meio da vida de solidão e da dificuldade de imigração, vós sempre nos cuidastes e guiastes com amor.

Nós vos agradecemos porque permitistes que a nossa paróquia fosse desenvolvida contra todas as tribulações.

Senhor! Acolhendo os 30 anos da fundação da nossa paróquia, desejamos construir o templo que é o templo do Senhor, a casa de oração e o berço da fé, a escola que é o espaço de educação para os jovens, e o centro católico que vai ser o local de cultura e comunhão para os imigrantes.

Senhor! No momento, os fiéis estão passando dificuldades por um período de recesso econômico intenso.

Mas se vós nos guiardes e se os fiéis unirem os corações, será possível concluir esta obra.

Senhor! Fazei que este projeto de hoje seja consumado, que seja renovada a fé de vossos filhos, e que se torne um ponto de partida para a missão, que o Reino do Senhor seja ampliado e o vosso nome seja enaltecido.

Senhor! Vós nos providenciastes o terreno num local conveniente de acesso aos fiéis. É um local que por muitos anos estávamos à procura.

Pois pedimos que providencie até o templo, para que a vida dos fiéis se torne santa, e dentro de lá possamos partilhar o amor, transmitir o Senhor, encontrar com o Senhor e com os irmãos.

Cremos em vós, Senhor!

Crendo que nos permitireis a experimentar mais profundamente o Senhor, concluir o novo templo e o centro católico onde vai ser a fonte de amor, paz, alegria e força, rezamos em nome daquele que veio ao mundo, edificou a Igreja e que abriu o caminho da salvação, o Nosso Senhor Jesus Cristo, Amém.

Canto da Paróquia

Além do projeto de construção e transferência do templo, o Pe. Kim garantiu a transparência da pastoral da paróquia, estabelecendo o plano pastoral para ajudar a vida de fé dos fiéis. E sobre esta base promoveu várias atividades pastorais. Desde agosto do ano seguinte da posse, iniciou o curso ’40 semanas de Bíblia’, editou a lista dos paroquianos e o calendário da paróquia. Em 1992, distribuiu o Plano Pastoral a todas as famílias. No mesmo ano, o Pe. Kim comprou uma parte do Cemitério Gethsêmani e providenciou o cemitério da paróquia. Também arrumou o espaço de vigília de luto dentro da igreja, resolvendo as inconveniências dos fiéis que praticavam as cerimônias de luto nos outros lugares, também nos termos de procedimento de luto e no custos. A mais, durante a permanência do Pe. Kim houve o debate sobre a ‘data da fundação da paróquia’. A paróquia entrou em consenso sobre a necessidade de determinar a data exata. Depois da discussão, definiu o dia 9 de maio de 1965 como o ‘Dia da fundação da paróquia’, sendo também o ‘Dia da Paróquia’. Em comemoração a isso, a comunidade paroquial realizou o evento da ‘Missa de Ação de Graças pelos 25 anos da Fundação da Paróquia’, e o primeiro evento do ‘Dia da Paróquia’. Depois de 2 anos, formularam o ‘Canto da Paróquia’, com a composição da música por Yoo Suk Chung (Pedro) com os versos elaborados pelo Pe. Kim. Este canto é utilizado ainda hoje em todos os grandes eventos da paróquia, como uma mediação para unir os corações da comunidade.

2) Pe. Hee Soo Woo (Baltasar)
Período de permanência: agosto de 1994 – fevereiro de 1998

O segundo Encontro dos Casais (11 a 13 de agosto de 1995)

Depois da posse do Pe. Woo, houve uma re-examinação geral sobre o projeto da construção do novo templo. O Pe. Woo projetou uma pesquisa sobre a opinião pública para convergir as opiniões dos fiéis. Mas no processo de promoção do projeto houve problemas e o projeto anterior  foi desfeito, e tiveram que devolver o terreno à Arquidiocese de São Paulo, que o antecessor Pe. Kim tinha tratado o acordo. O Pe. Woo incumbiu o esforço na santificação de casais e da comunidade de lar, que são a menor unidade da Igreja. Assim, reiniciou o Fim de Semana de Encontro de Casais, que não estavam sendo realizados desde a sua introdução. Também volveu a atenção aos próximos ao redor, e em 1996 realizou o bazar que acompanha os moradores do bairro, patrocinando também a Campanha de ajuda aos norte-coreanos e o apoio aos sacerdotes missionários coreanos que trabalham na Evangelização da América do Sul.

3) Pe. Jong Kook Kim (Bárnaba)
Permanência: fevereiro de 1998 – fevereiro de 2005

A maior mudança durante a permanência do Pe. Jong Kook Kim (Bárnaba) foi o envio de um vigário.

Frei Alécio

Desde que o primeiro vigário, o Pe. Mateus Byun, tinha saído em dezembro de 1980 da comunidade paroquial, somente o pároco trabalhava na pastoral da comunidade toda, sem um sacerdote auxiliar. Porém o número dos fiéis aumentou repentinamente, e ainda mais, o número de jovens nascidos e crescidos no Brasil, por tanto aqueles mais adaptados à cultura e à língua brasileira, estava aumentando. O trabalho pastoral da paróquia encontrava seus limites para a responsabilidade de um pároco só. Durante a permanência do Pe. Dong Ok Kim, tinha sido discutido novamente sobre o envio de um vigário auxiliar, e a Arquidiocese de São Paulo tinha nomeado o Frei Alécio Maria Azevedo da Ordem dos Servos de Maria, como o vigário auxiliar. O Frei Alécio entrou no ano de 1993, e s e responsabilizou na pastoral dos jovens durante 6 anos até a sua transferência, em  fevereiro de 1999. Enquanto o Frei Alécio permanecia, não havia problemas a respeito da comunicação de língua, mas não conseguia enraizar nos jovens os sentimentos e a cultura coreanas. Em especial, naquele tempo, muitas empresas coreanas entraram no Brasil e o conceito da geração dos pais sobre a Coreia mudou, e o propósito sobre a educação da língua coreana aumentou. Para resolver estas exigências, o Pe. Jong Kook Kim solicitou à Diocese de Daejeon, o envio de um vigário auxiliar. A Diocese consentiu o pedido e enviou o Pe. Myung Sang Lee (Agostinho) em fevereiro de 2001. Mais tarde, com a ampliação da escala da paróquia, foi enviado mais um vigário auxiliar, atualmente dois vigários auxiliares estão se responsabilizando sobre a pastoral dos jovens.

A história de 35 anos da Paróquia

Ordenação do Pe. Chang Sun Yoo (João) (10 de agosto de 2002)

O Pe. Jong Kook Kim, no ano seguinte da sua chegada, em 1999, como uma tentativa de recuperar as raízes da paróquia, iniciou o trabalho de organizar a história da comunidade. Para isso, organizou o Comitê de Edição da História de 35 anos da Fundação da Paróquia, e no dia 9 de maio de 2000, no ano jubilar, editou a ≪História de 35 anos da Paróquia≫. Este livro foi editado com o trabalho conjunto de várias pessoas, desde o recolhimento dos dados, o registro do texto básico, a edição e até a correção. É constituído por 46 capítulos, e se tornou um importante dado que inclui a história inicial da comunidade coreana.

No mesmo ano, o Pe. Kim organizou o ‘Grupo de Visitação’ e improvisou as visitas aos doentes entre os fiéis. Os 7 a 9 membros deste grupo atuaram até o ano de 2009, visitaram os doentes mais de 150 vezes ao ano, registraram cada visita e conservaram o registro. Também, o Pe. Kim fundou o Grupo de Jurídicos no dia 4 de novembro de 2001. O Grupo de Jurídicos serviram atendendo a consultoria jurídica do Comitê da Construção organizado para a construção do novo templo.

Também ajudaram grandemente na solução de muitos problemas jurídicos que os fiéis enfrentam na vida de imigração. Durante a sua estadia, no dia 10 de agosto de 2002, houve um feliz evento da ordenação do segundo sacerdote originado da paróquia, o Pe. Chang Sun Yoo SJ (João), da Companhia de Jesus. O primeiro sacerdote originado da paróquia é o Pe. Man Yong Lee (João), ordenado em 1984.

 

Declaração da Igreja Católica Coreana no Brasil no Ano Jubilar de 2000

Em vista do histórico Terceiro Milênio, do Ano Jubilar da Graça e de 35 anos da fundação da nossa Igreja, a nossa comunidade declara os seguintes termos, comprometendo firmemente que abriremos uma nova era, com a nova evangelização.

Que Deus todo poderoso e misericordioso nos ajude e nos guie.

1. A nova era que será estendida em nossa frente exige de nós uma nova vivência. Confiamos firmemente que esta nova vivência significa voltar a Deus Pai através da verdadeira conversão (At 3,19), declaramos que, para nós que vivemos num mundo de situação caótica de valores, somente a vida que crê em Cristo e que vive conforme o Evangelho é o único valor para a salvação verdadeira do mundo e do homem.

2. Com a certeza de que a razão da encarnação de Cristo neste mundo é para a nossa reconciliação com Deus, com os próximos e com toda criação, declaramos que, permaneceremos ativamente na frente, das obras que forjam a reconciliação e da unidade onde há divisão e discórdia.

3. Com a certeza evangélica de que o Cristo encarnado é a verdadeira Luz que ilumina a escuridão do mundo, e que ‘A escuridão jamais tem vencido a Luz’ (Jo 1,5), declaramos que, superando a mentira, a hipocrisia, o pensamento negativo e o pessimismo que estão infestados no mundo, dedicaremos no trabalho de forjar uma sociedade onde abunda a fé e a esperança, iluminada pela sinceridade e amor.

4. A nossa Igreja estruturada por 9 pequenas comunidades e 5 comunidades, tornaremos uma comunidade onde jorra alegria e amor diante do evento de 35 anos da fundação. Declaramos que dedicaremos todo o esforço para a construção do novo templo, que é a obra de desejo antigo.

5. Declaramos transmitir o Evangelho a todas as pessoas ao nosso redor, através da nova vivência como o sal e a luz do mundo. Natal de 1999 Anno Domini Todos os fiéis da Igreja Católica Coreana no Brasil

Natal de 1999 Anno Domini
Todos os fiéis da Igreja Católica Coreana no Brasil

3. As comunidades

A comunidade paroquial definiu 4 comunidades no Brasil, em Curitiba, em Belo Horizonte, em Porto Alegre e em Vitória, e se responsabiliza por eles. Os sacerdotes da paróquia fazem visitas periódicas 3 vezes ao ano, incluindo visitas para confissões de Natal e de Páscoa.

No início, os padres e as irmãs visitavam as cidades que não tinham sido definidas como comunidades, mas onde moravam alguns poucos fiéis, para ajudar nas suas vidas de fé. Os que moravam nestes lugares, eram na sua maioria, os antigos imigrantes agriculturais que se mudaram para as cidades. Na paróquia, permanece os registros, das visitas feitas aos fiéis de Santa Maria, de Ponta Grossa e de Londrina. Também no ano de 1990, houve visitas aos fiéis de Brasília, de Rio de Janeiro e de Santos. Desde 2012, estão sendo visitados uma vez ao ano, as famílias de Joinville, de Florianópolis, de Brusque e de Passo Fundo.

Os fiéis das comunidades, diferentemente dos fiéis da paróquia, sofrem dificuldades por causa da impossibilidade de praticar a vida de fé com a nossa língua. As reuniões das comunidades como as celebrações das missas e as reuniões de Legião de Maria, são mantidas com o auxílio da diocese ou congregação religiosa local do Brasil, com o qual mantêm intimidades. Mas os filhos que não se acostumaram com as línguas da geração dos pais, tem tendência a não participar das reuniões das comunidades, também depois de se casarem se mudam para outras cidades. Por causa disso, o número dos fiéis das comunidades estão tendendo a diminuir e o processo de envelhecimento da idade dos fiéis também é rápido. São várias as queixas dos fiéis que moram onde tem poucos coreanos, mas como queixa maior, eles apontam o problema de não conseguirem casar os filhos com os mesmos patrícios como desejam.

O Pe. André, diretor do Seminário Maior de Curitiba, que orienta a comunidade de Curitiba desde 1982 até os dias de hoje

1) A comunidade de Curitiba

Curitiba é a capital do Estado de Paraná, na região sul do Brasil, onde abriga uma população de 1milhão e 750 mil habitantes (2010), com uma distância de 430 km de São Paulo. A cidade onde a maioria de seus habitantes são descendentes de imigrantes europeus, é famosa mundialmente como uma ‘cidade ambiental’, no qual o planejamento da cidade é bem formulado. A cidade de Seul levou o sistema de transporte público de Curitiba em 2004, e introduziu em seu plano de transporte. A estabilização dos coreanos em Curitiba foi desde 1967. Os imigrantes agriculturais católicos que chegaram no Brasil em 1966, no processo de saída da Fazenda Santa Maria em vista da educação dos filhos e a estabilização nas cidades, começaram a se fixar em Curitiba onde era a cidade mais próxima geograficamente, e constituíram a sociedade coreana. A associação dos Coreanos foi fundada em 1973, e atualmente moram na cidade cerca de 200 pessoas de cerca de 70 famílias.

Os fiéis que viviam com a formação da comunidade de fé na Santa Maria, como depois do retorno do Pe. Hee Sun Kim, o sucessor do Pe. Dae Ik Chang, não houve mais o envio de padres orientadores por parte da Coreia, pediu a ajuda à Diocese de Ponta Grossa para continuar a sua vida de fé. Mas logo depois, a ajuda da Diocese de Ponta Grossa também cessou. Como a comunidade de fé de Santa Maria tem mantido a vida de fé em torno do Sr. Kap In Kim, o seu presidente, quando o Sr. Kim e outra família de fiéis encerraram a vida na fazenda e saíram para Curitiba, a comunidade de fé na Fazenda Santa Maria praticamente foi dispersada. O Sr. Kim uniu as vontades dos outros fiéis que enfrentavam dificuldades na vida de fé e formou uma nova comunidade em Curitiba. Esta comunidade celebrou sua primeira missa em janeiro de 1977 na Igreja de Bom Jesus (Paróquia Senhor Bom Jesus) e elegeu como o primeiro presidente o Sr. Kim. Graças a atividade missionária dedicada por parte do Sr. Kim, a comunidade de fé formada em Curitiba cresceu continuamente. A comunidade, desde 1982, com a ajuda do Bispo da Diocese de Curitiba, Dom Pedro Marchetti Fedalto e do Pe. André Biernaski, o diretor do Seminário Maior de Curitiba, se reunia na capela do Seminário firmando a sua base. O Pe. André, pelo relacionamento íntimo atado nesta época, visita a comunidade todas as semanas, celebra as missas e orienta os jovens até agora.

Ordenação de Pe. Man Yong Lee (João) (15 de dezembro de 1984)

O primeiro sacerdote originado da paróquia saiu da comunidade de Curitiba. No dia 15 de dezembro de 1984, com a ordenação do Pe. Man Yong Lee (João), redentorista (Redemtoris Missio), nasceu o primeiro sacerdote com origem na comunidade coreana, após 20 anos de imigração católica no Brasil. O Pe. Lee, em 1968, entrou no Seminário Menor da Diocese de Ponta Grossa, da Fazenda Santa Maria, com a recomendação do Pe. Dae Ik Chang. Mais tarde, se transferiu para a ordem religiosa e em 1971 entrou no Seminário Menor Redentorista de Ponta Grossa. Em 1984, foi ordenado pelo Dom Pastor Cuquejo. Em 1991, quando a Ordem Redentorista entrou na Coreia, foi enviado pela Ordem e fundou a primeira comunidade redentorista em Hongcheon, Kang-Won Do. O Pe. Lee atuou durante 10 anos como o Superior dos Redentoristas na Coreia e atualmente permanece na comunidade de Curitiba.

Quando o Papa João Paulo II que foi canonizado em 2014 visitou Curitiba em 1980, os fiéis da comunidade da época participaram como representantes dos coreanos e tiveram uma audiência com o Papa
O casal Moon Chul Kim (Francisco) e Helena Lee, não conseguiam conceber uma criança na época. Como a Dona Helena chorava, o Papa lhe deu a bênção e mais tarde ela conseguiu engravidar.

Os fiéis da comunidade de Curitiba são atualmente, 73 pessoas em 26 famílias, e o presidente é o Sr. Myung Jae Han (Tadeu). Todas as semanas, celebram missas e reúnem para as aulas de Bíblia na capela do asilo da Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família, e nas quintas-feiras, tem a reunião de Oração Carismática na capela do Seminário Menor. Os fiéis da comunidade doam as contribuições à Comissão da Missão Exterior-Pastoral dos Imigrantes da Conferência dos Bispos da Coréia, uma vez por ano. Também, com as atividades voluntárias nos asilos e de envio de livreto ‘Missas Diárias’ aos fiéis coreanos que moram nas cidades ao redor, se esforçam na missão e à ativação da comunidade. A comunidade de Curitiba está cadastrada na Cúria da Diocese de Curitiba com o título de ‘Pastoral Coreana’, e todos os meses participam nas reuniões diocesanas para relatar a situação da comunidade. Desta maneira, mantém a relação íntima com a Cúria Diocesana.

A comunidade de Curitiba

Belo Horizonte-MG

2) Comunidade de Belo Horizonte

A cidade de Belo Horizonte é a capital do Estado de Minas Gerais, com a população de 2 milhões e 470 mil habitantes (2010). Com uma longa história, é conhecido como um local de imensos recursos minerais, e em 2014, foi eleito como a maior cidade econômica do Brasil.

O primeiro coreano que habitou em Belo Horizonte é conhecido como o Sr. Yo Chun Song (José), que se estabeleceu em 1964. Depois do Sr. Song, mais alguns fiéis se estabeleceram neste lugar, mas não houve um encontro entre eles. Mais tarde, no dia 5 de janeiro de 1984, na casa do Sr. Se Hwan Hwang (José), reuniram cerca de 35 fiéis e celebraram a missa. O Pe. Pio Chung, recomendando o Sr. Hwang como o primeiro presidente, fundou a comunidade de Belo Horizonte. Durante a permanência do Pe. Ja Oh Koo, em todas as visitas pastorais, presidiu as reuniões da Oração Carismática e as aulas de Bíblia junto com os voluntários, promovendo o crescimento e a ativação da comunidade. Em 1989, os fiéis abriram a escola de língua coreana para o próprio crescimento da fé e para a educação dos filhos, convidando as irmãs religiosas. As 4 irmãs, Juliana Che, Ângela Kim, Vitória e Carmo foram enviadas. Mas com a diminuição gradativa do número de alunos a administração da escola de língua coreana se tornou difícil e as irmãs enviadas retiraram-se depois de 6 anos.

A comunidade de Belo Horizonte, atualmente em 2015, é de pequeno tamanho com 25 pessoas de 8 famílias. Não há uma reunião periódica. Quando algum padre ou irmã da paróquia os visitam, geralmente as reuniões acontecem na casa de um voluntário, o Sr. Chang Sun Im (Justino). Mas cotidianamente, os fiéis participam nas missas das Igrejas perto de casa, e mantêm a vida de fé particularmente.

Porto Alegre-RS

3) Comunidade de Porto Alegre

A cidade de Porto Alegre é a capital do estado do Rio Grande do Sul, na Região Sul do Brasil, com 1 milhão e 400 mil habitantes (2010). É habitado principalmente por descendentes de imigrantes alemães e italianos, por isso, existem mais populações de raça branca, comparada às outras cidades e a condição econômica é mais farta.

Os coreanos começaram a habitar este lugar ao redor dos anos de 1966. Com a fundação da Associação dos Coreanos em 1974, o seu número aumentou repentinamente. Mas nos anos de 1980, a maioria dos coreanos partiram para outras regiões, e atualmente restam apenas 108 pessoas de 31 famílias.

A fundação da comunidade em Porto Alegre foi originada pela visita das 3 legionárias, Shin Sook Kang (Ágata), Ok Bin Baek (Mônica) e Keum Soon Lee (Paula) ao Sr. Byung Sun Cho (Paulo), que estava doente. Naquele tempo, moravam na cidade 8 famílias de fiéis, e exceto uma família, as demais 7 famílias não praticavam a vida sacramentária. Estas 7 famílias pertenciam aos imigrantes agriculturais que tiveram um curto período de catequese para o batismo, para poder imigrar ou se casar, e a sua consciência de fé não era profunda. Além disso, como na sociedade dos imigrantes a comunicação da língua foi difícil, pareceu que foi difícil manter a vida de fé continuamente. As 3 legionárias permaneceram por cerca de 20 dias na casa do Sr. Cho, rezaram pelo casal do Sr. Cho e ensinaram a catequese. Depois de retornar a São Paulo, explicaram a situação e recomendaram a visita do pároco. Com isso, o Pe. Ja Oh Koo visitou a cidade junto com alguns voluntários da Oração Carismática, e presidiu um dia de retiro. Depois nomeou o Sr. Byung Soo Kim (André) como o primeiro presidente fundando a comunidade.

Os fiéis da comunidade de Porto Alegre são, atualmente, 40 pessoas de 12 famílias, e o seu presidente é o Sr. Kyung Soo Kim (Paulo). Estão celebrando as missas semanais na Igreja local para os imigrantes, e nas terceiras missas do mês, os fiéis da comunidade se responsabilizam sobre a Liturgia da Missa. Em especial, nesta ocasião, convidam os estudantes coreanos do Departamento do Brasil vindos da Coréia e partilham as refeições com os pratos típicos coreanos. Desde 1991 foi adotada a Legião de Maria e atualmente um presídio está atuando na sociedade brasileira, com um trabalho voluntário de serviço de refeições aos moradores de rua, visita aos doentes, patronato às creches e ajudas aos próximos em situação carente, etc.

Vitória-ES

4) Comunidade de Vitória

A cidade de Vitória é a capital do Espírito Santo e é a cidade portuária, situado na Região Sudeste do Brasil, com 310 mil habitantes (2005).

Em 1964, as 68 famílias do segundo grupo de imigrantes agriculturais se estabilizaram na fazenda de Ponte Limpa, na Região da Serra, perto de Vitória. Entre eles, apenas 4 restam em Vitória. A Associação dos Coreanos foi fundada no dia 1 de março de 1993, e atualmente 40 famílias permanecem. Entre estes, os fiéis são 21 pessoas de 6 famílias.

]Não há registros sobre a fundação da comunidade de Vitória. Mas pelo depoimento do primeiro presidente Sr. Jin Kyu Hwang (João), houve a primeira visita do pároco, o Pe. Hee Soo Woo durante a sua permanência, podendo a data ser deduzida como março de 1997.

O Pe. Jong Kook Kim, vendo a situação em que por falta de número de fiéis, os católicos frequentavam a Igreja protestante, enviou Shin Sook Kang (Ágata) para o local. Ma s a estabilização definitiva e ativação da comunidade iniciou desde 2003, quando foi provido um espaço de reunião na Igreja Nossa Senhora do Rosário. Atualmente, o presidente é o Sr. Moon Kui Chun (Hasang Paulo), e as missas são celebradas todas as terças-feiras. Depois das missas, um presídio da Legião de Maria se reúne no mesmo espaço, preparando a atuação no local. Desde setembro de 2014, estão praticando a Partilha da Palavra mensalmente.

Mapa de distribuição dos coreanos no Brasil
Fonte: Ministério da Relação Exterior e do Comércio(2010)