A edição do primeiro semanário ‘Vela Sagrada’ (junho de 1972. A foto é do nº11)
No início da fundação da paróquia, mesmo a compra de uma máquina de datilografia era difícil. Para a edição dos semanários, foi utilizado a mimeografia. No semanário, se vê escrito: ‘Igreja Católica Coreana Jae-Baek’. O ‘Baek’ vem da letra chinesa antiga ‘Baek-lar-Seo-I’ que indicava o Brasil. Como imitou o costume dos japoneses que tinham chegado antes e pegou somente o som, não tem nenhuma relação com o signficado original.

Este período, podemos classificá-lo como os anos 70 e os anos 80, pondo como referência o ano de 82, quando o templo foi construído. Muitos coreanos se estabilizaram em São Paulo por várias vias, e o número de fiéis aumentou. Os anos 70, quando um sacerdote coreano foi nomeado à comunidade , foi um período em que pouco a pouco cresceu o sonho de construção de um templo. E os anos 80, em que a sociedade dos coreanos cresceu e se estabilizou economicamente, foi o período em que a comunidade improvisou a construção do templo, um desejo de longo tempo, e que buscou o crescimento interno também.

O missal que o grupo ‘Fonte’, que era o grupo de estudantes, fez para os fiéis. (22 de janeiro de 1972)

A primeira edição da revista do grupo de estudantes ‘Fonte’. (15 de novembro de 1972)
Sob a orientação da Ir. Ângela Kim, os 8 estudantes tiveram horas de aprendizagem e de discussão periodicamente. E editaram o seu conteúdo numa revista. Está dividido em parte literária e em parte musical, registrou as atividades feitas, poemas e ensaios. Total de 23 páginas, incluindo a capa.

A primeira edição da revista do grupo de estudantes ‘Fonte’. (15 de novembro de 1972)
Sob a orientação da Ir. Ângela Kim, os 8 estudantes tiveram horas de aprendizagem e de discussão periodicamente. E editaram o seu conteúdo numa revista. Está dividido em parte literária e em parte musical, registrou as atividades feitas, poemas e ensaios. Total de 23 páginas, incluindo a capa.

1. A elevação à Paróquia

A comunidade coreana, no dia 25 de julho de 1972, quando tinha se transferido da Igreja Nossa Senhora da Paz à Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, foi elevada à ‘Paróquia Pessoal Nossa Senhora Rainha’, com o reconhecimento da Conferência Episcopal de São Paulo.

DOM PAULO EVARISTO ARNS
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
ARCEBISPO METROPOLITANO DE SÃO PAULO

Aos que este Nosso decreto virem, saudação, paz e benção no Senhor.

Fazemos saber que, atendendo a razoes de ordem pastoral concernentes a situação dos imigrantes coreanos e dos seus descendentes, que são na Arquidiocese de São Paulo em numero de cerca de seis mil, e competindo-Nos prove-los de eficaz assistência religiosa, Havemos por bem, obtido o parecer favorável do Colendo Cabido Metropolitano, criar nesta Arquidiocese de São Paulo, a PARÓQUIA NOSSA SENHORA RAINHA para os coreanos e seus descendentes estabelecidos no território da mesma Arquidiocese, e que terá por Matriz a Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, situada a Rua do Carmo, 202, nesta Capital.

Quanto ao que requer o bom funcionamento da supradita Paroquia Pessoal constituída por este Decreto, fielmente observado o que determina o Código de Direito Canônico a respeito das paróquias, havemos por bem, outrossim, estabelecer normas particulares concernentes ao uso da Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte e suas dependências, que são de propriedade da Venerável Irmandade, as quais vem anexas ao presente Decreto.

Dado e passado em Nossa Cúria Metropolitana de São Paulo, sob o Nosso Sinal e Selo das Nossas Armas, no dia 25 de julho de 1972.

Arcebispo Metropolitano
Chanceler do Arcebispo

A comunidade utilizava como espaço de reunião, um prédio anexo à Igreja Boa Morte e pôde desfrutar de um maior conforto sob vários aspectos do que antes. A Igreja Boa Morte também foi reanimada pela influência da comunidade coreana. Mas com o tempo, o número de fiéis aumentou e o espaço ficou cada vez mais apertado. Também por causa do custo de reforma da estrutura da Igreja e pelo direito do uso do prédio, a comunidade teve que se transferir para a Igreja N. S. da Paz novamente.

1) Chegada do padre coreano

Ao final do ano de 1972, O Pe. Antônio Nam se transferiu e no ano seguinte, a comunidade coreana acolhe como seu pároco, um padre coreano tão esperado. É o Pe. Pio Young Sang Ham. O Pe. Ham nasceu em Ham-Kyung-Nam Do, foi ordenado no dia 19 de março de 1957 na Catedral de Myung Dong, Seul, mas era pertencente à Diocese de Ham-heung. Depois, foi transferido à Diocese de Pusan, junto com os 11 sacerdotes que se refugiaram do Norte para o Sul. O Pe. Ham que trabalhava desde março de 1970 na Paróquia Coreana na Argentina, tinha visitado por algumas vezes a comunidade em São Paulo, e assim manteve o relacionamento com a comunidade coreana no Brasil.

Em setembro de 1972, com o pedido do Conselho Paroquial, o Pe. Pio Ham permaneceu durante uma semana na comunidade e orientou um retiro. A comunidade, inspirada grandemente com isso, solicitou a ele para que permanecesse no Brasil. Deste modo, com a permissão da Arquidiocese de São Paulo e de Buenos Aires, o Bispo responsável da Coreia sobre a pastoral dos imigrantes no exterior nomeou o Pe. Ham como o primeiro pároco coreano na Paróquia Coreana do Brasil.

Segunda Carta de envio da Conferência Episcopal da Coreia ao Pe. Young Sang Ham (Pio)

CONFERENTIA EPISCOPORUM COREAE
(CATHOLIC CONFERENCA OF KOREA)

O Arcebispo de São Paulo Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns tem solicitado através do Dom Hugo Munari, o secretário, um sacerdote para o pastoral dos imigrantes coreanos.

E o Dom Juan Carlos Aramburu da Arquidiocese de Buenos Aires esclareceu que a transferência de residência do Pe. Pio Ham da Argentina para o Brasil não acarretaria nenhum problema.

Mas o Pe. Pio Ham deve fazer a atividade pastoral para os fiéis da Argentina, ao menos algumas vezes ao ano.

Com esta condição, a Conferência Episcopal da Coréia ordena a transferência de residência do Pe. Young Sang Ham, da Arquidiocese de Buenos Aires à Arquidiocese de São Paulo.

Por tanto, o Pe. Young Sang Ham ficou de atuar na atividade pastoral no Brasil e na Argentina, também nas regiões próximas, sob a autoridade do Arcebispo Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns.

Enviamos esta carta de definição ao Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns (Brasil) e ao Arcebispo Dom Juan Carlos Aramburu (Argentina). Pedimos ao Sr. Cardeal e ao Arcebispo o auxílio, para que o Pe. Young Sang Ham possa exercer bem os seus deveres.

Na unidade fraterna

Dom Kong Hee Yoon (Vitorino)
Responsável da Pastoral dos Imigrantes, Diocese de Suwon

Ter a vida de fé com a mesma língua e cultura, na comunicação fluente sob a orientação espiritual, foi uma alegria indizível para a comunidade que vivia fixada na nova terra . Com um sacerdote coreano e com três religiosas coreanas, também com o apoio e a atenção da Arquidiocese de São Paulo, a comunidade começou a crescer. Em primeiro, reformulou o Conselho Pastoral que funcionava autônomamente. Dividiu as regiões e iniciou as reuniões de pequenas comunidades. Estruturou os grupos de apostolado como Escola Dominical, Grupo São Domingo (adolescentes), Grupo Colegial, Grupo de Jovens, Grupo São José, Grupo Nossa Senhora, Grupo Santa Ana etc., conforme os vários níveis de gerações de idade. Mas junto com a alegria do crescimento, também teve a dor e a ferida pela divisão.

21 de outubro de 1973
Mais de 70 fiéis foram crismados pelo Cardeal Dom Paulo Evaristo. Neste dia, a cerimônia de posse de Pe. Ham foi celebrada junto.

No início de 1975, a Conferência Episcopal Coreana aceitou o pedido de transferência de Pe. Ham por razão de saúde, nomeou como o seu sucessor o Pe. Duk Je Kim da Arquidiocese de Seul e esperava a transferência do mesmo. Mas mesmo depois de passar 8 meses, vinha apenas um comunicado de que estava tendo dificuldades de transferência por causa da situação local. A Conferência recebeu a notícia de que nas Igrejas Coreanas do Brasil e da Argentina estavam tendo problemas não muito leves, e enviou o Pe. Jong Heung Lee (Crisando), o secretário, para averiguar a situação.

Na Paróquia Coreana da Argentina, houve a divisão em razão da falta de um pároco, pois depois da transferência do Pe. Ham à Paróquia Coreana de São Paulo, houve as visitas pastorais à paróquia somente 2 ou 3 vezes ao ano. Por outro lado, no mesmo período, no Brasil houve problemas e conflitos a respeito do retorno do Pe. Ham. Alguns fiéis saíram da comunidade, separando-se. A comunidade pediu com sincero apelo ao Pe. Lee, enviado da Conferência Episcopal, e conseguiu a permanência do Pe. Ham. Mas em 1983, houve uma outra divisão dentro da comunidade, o Pe. Ham foi forçado a sair da comunidade e partiu da paróquia.

Os fiéis que participaram no retiro em agosto de 1981, com o tema ‘Siloé’.
Os fiéis participantes deste retiro uniram seus intuitos e montaram a imagem de São Degun Kim em madeira posta atualmente ao lado do altar da Igreja, pedindo a obra ao Pe. Ham.

2) O esforço para a construção da Igreja
O concurso de lemas da Paróquia, 29 de setembro de 1974

No total de 17 se inscreveram e foram escolhidas 14 lemas.

Primeiro lugar:
Ah Soon Kim (Tereza) “Dinheiro dado por Deus, doemos a Deus”

Excelentes:
Ik Tae (Simeão) “Todo fiel num só coração, construamos o templo”
Yong Choi “Sua devoção, minha devoção, juntos o palácio dourado”

Menção honrosa:
Hyung Kyun Kim (Paulo) “10 anos de alugado, construâmos o nosso templo”
Myung Soon Park (Stefano) “Sustento da Igreja, sustento da minha casa. Dízimo, eu primeiro”
Keum Joo Lee (Margarida) “Missa dominical cheia de graça, agradeçamos com a oferta”
Ae Soon Chung (Otília) “Cantando ‘aleluia’, ofertemos o dom da gratidão”

Com a chegada do padre coreano, a comunidade se incumbiu dos esforços concretos para a construção do templo, um longo desejo. Em junho de 1974, organizou o Comitê de Apoio e iniciou o movimento de arrecadação de fundo. Mais tarde, separou do Comitê, a Comissão da Promoção da Construção do Templo e se concentrou no esforço de prover o fundo para a construção do templo. Mas os fiéis, na maioria não estabilizados economicamente, as doações inscritas não alcançavam de longe o necessário. Promoveram a venda de rifas, também tinha que receber a assistência e o financiamento da Arquidiocese. Neste tempo, há um escrito que demonstra o desejo ardente e a esperança da comunidade para a provisão do templo. É uma escrita apresentada no semanário do dia 2 de janeiro de 1977, como: “É um canto infantil que que um fiel enviou no dia 21 de dezembro.”

Templo de desejo
  1. Um pássaro tem seu ninho
    Um animal tem sua casa.
    Não temos nosso templo,
    Meu coração pequeno se aflige.
    Se minha mãe e meu pai
    Derem atenção,
    Teremos o nosso templo.
    Senhor e Maria
    Cuidem dos nossos pais.
  2. Um bicho tem sua casa
    Um peixe o seu canto.
    Não temos nosso templo
    Meu coração pequeno se aflige.
    Se minha mãe e meu pai
    Derem atenção,
    Teremos o nosso templo.
    Senhor e Maria
    Cuidem dos nossos pais

A comunidade comprou por duas vezes o terreno, mas com as opiniões de contra por não serem aptos para o templo, teve que procurar por um outro lugar.

Por final, em 1980, comprou um prédio que foi utilizado como fábrica e depósito, na região de Ipiranga, por cerca de 12 mil dólares. E a partir do ano seguinte, em 1981, iniciou a obra de reforma para poder utilizá-lo como um templo. O Sr. Jae Choon Chang, especializado em arquitetura, pessoalmente comprou os materiais e contratou os trabalhadores, se responsabilizando pela obra quase que sozinho. Mas por ser o terreno baixo e mole, e o prédio muito velho, houve muitas dificuldades na obra. Apesar disso, os fiéis arcavam com os custos e celebravam as missas no local de vez em quando, participando como puderem na construção da igreja.

Mapa de organização da Arquidiocese de São Paulo
A figura à esquerda é o mapa de organização da Arquidiocese de São Paulo. Naquele tempo, a diocese de São Paulo era responsabilizada por 6 bispos auxiliares partilhando a diocese em 8 regiões. O número de paróquias eram de 356, e as comunidades dos imigrantes, de 20. A comunidade coreana pertencia à Região Centro, e desde 1982 quando arrumou o templo na região Ipiranga, foi transferida a região de jurisdição à Região Sudeste.

Depois de um longo esforço, no dia 18 de abril de 1982, a comunidade celebrou a Cerimônia de Dedicação do Templo com o Cardeal Arcebispo de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns. Em junho do mesmo ano, o Sr. Si Jong Son (Camilo) doou a casa ao lado do templo, que serviu como a secretaria da paróquia e a casa do padre. No ano seguinte, construíram mais um prédio de 3 andares por trás do templo e o utilizaram como espaço para a escola dominical e a Escola de Língua Coreana Degun. Em 1991, comprou o terreno ao lado, que era utilizado como a área de sucata, por cerca de 60 mil dólares e improvisou como o espaço para o esporte dos jovens.

Igreja no Ipiranga

Bênção do espaço esportivo
(24 de abril de 1993)

2. A sociedade coreana e a comunidade paroquiana

Este período em que a comunidade paroquial providenciou o seu templo, foi também um período em que a sociedade coreana sofreu várias mudanças. Estas mudanças também deram não poucas influências no aumento do número de fiéis e no crescimento da comunidade.

1) A formação da sociedade coreana em torno de São Paulo

Neste tempo, houve coreanos que entraram no Brasil por várias vias, além de primeiros imigrantes agriculturais que se emigraram para as cidades em termo de subsistência. Entre eles, os ques se estabeleceram em São Paulo, foram na sua maioria os imigrantes ilegais. Pois o governo tinha proibido literalmente desde 1968 a imigração agricultural dos coreanos, em vista dos fracassos das imigrações agriculturais anteriores. Naquele tempo, a maioria dos coreanos entraram clandestinamente através das regiões fronteiriças com o Paraguai. Também, muitos coreanos que foram ao Paraguai, ao Uruguai e à Argentina para se estabelecer como imigrantes, entraram também clandestinamente ao Brasil. Por isso, até que o governo brasileiro decretou a primeira anistia, houve até alguns atritos entre os permanentes e os de situação ilegal.

No ano de 1970, pela mediação da empresa estatal a ‘Empresa de Desenvolvimento da Coreia’, 1.200 imigrantes de 210 famílias, de imigração de trabalho técnico, entraram no Brasil e se estabeleceram em torno de São Paulo. Depois disso, não houve mais uma imigração por grupos, e até 1976, continuou as imigrações particulares como de trabalho técnico, convite por familiares imediatos etc. Após 1976, o governo brasileiro reforçou a lei de imigração e a imigração direta se tornou praticamente impossível. Os coreanos, novamente entraram ilegalmente, através dos países fronteiriços.

Os coreanos reunidos em São Paulo formaram a ‘Vila Coreana’ e iniciaram o trabalho de confecção vestuária. Com a estabilização e o crescimento no ramo de confecção, a sociedade coreana gradativamente foi se estabilizando. Nesta condição, os filhos educados no Brasil começaram a ser introduzidos no ramo , e a área de confecção foi se desenvolvendo ainda mais. Mais ainda, em 1985, no Brasil houve a mudança política, no qual o governo militar cedeu o lugar ao governo civil, e o centro da moda também se transferiu do Rio de Janeiro para São Paulo. Com esta oportunidade, mais coreanos entraram dos países frionteiriços como Bolívia, Chile, Paraguai e Suriname etc., se estabelecendo em São Paulo.

Com a contínua entrada de pessoas em situação ilegal, a sociedade coreana teve grandes dificuldades. Mas com a nova lei estrangeira decretada em 1982 e em 1984, os 4.180 coreanos 34) de 980 famílias conseguiram a permanência. E a maioria deles se aderiu no ramo de confecção. O ramo de confecção desenvolveu-se mais sobre a base de mão de obra barata e do trabalho de cooperação. Em outubro de 1988, com a anistia geral do governo, os 2.500 de 500 famílias permanentes da Argentina e do Paraguai receberam novamente a permanência no Brasil. Por causa da possibilidade de livre circulação e de mudança de residências, estes influenciaram grandemente à sociedade coreana no Brasil.

Tabela 1) A situação de imigração interna na região Cone Sul (1970-2000)
(Fonte: IMILA/CELADE 2000)

2) Fundação das instituições de educação

Em dezembro do ano de 1974, ao abrir uma creche, o pastor Moon Kyu Hwang da Igreja Presbiteriana Yonhap esclareceu a intenção da abertura da creche como o seguinte. Isto mostra o perfil da realidade da sociedade dos coreanos nos anos 70:

A vida de imigração tirou das crianças as suas mães. Pois a maioria das mães larga os bebês e tem que sair na frente de sobrevivência como vendedoras ou às lojas. As crianças antes da idade escolar, são confiadas às domésticas mal instruídas ou levadas o dia inteiro no carro de revenda sem higiene. Ou ainda são praticamente presas nos apartamentos de altos andares ou abandonadas nas ruas.

Enquanto os pais se incumbiam para se estabilizar no Brasil, os filhos iam se adaptando na cultura brasileira rapidamente. Na sociedade coreana, o problema de educação dos filhos se tornou um assunto sério. A entidade que respondeu mais rapidamente a este problema foi a Igreja Presbiteriana Yonhap. Depois disso, a Associação dos Coreanos e a Igreja Católica se moveram com atenção à educação das crianças. Neste período, com a estabilização econômica, foram fundadas muitas escolas para os filhos, e até 1990 foram abertas 16 escolas de língua coreana.

Até que muitas escolas aparecessem na sociedade coreana, as escolas dominicais administradas pelas Igrejas, católica e protestantes no início da imigração, fizeram um grande papel. As crianças dos imigrantes reuniam nas Igrejas, aprendiam a língua materna rezando e brincando. E os pais consideravam as Igrejas como um cerco resistente na vida e eram consolados por eles.

① Escola de Língua Coreana Degun

A comunidade paroquial, fundando em junho de 1974 a Escola Dominical, mantinha as aulas de língua coreana nos fins de semana e durante as férias escolares. Mas com a exigência da situação, fundou no dia 30 de dezembro de 1983, a ‘Escola de Língua Coreana Degun’. O Pe. Il Yong Chung (Pio) tomou a posse como o primeiro diretor da escola, e os primeiros matriculandos eram 180 alunos, com 12 professores.

Em 1985, a primeira apresentação da Escola de Língua Coreana Degun

Após a provisão do templo no Ipiranga em 1982, construíram um outro prédio anexo para a escola dominical, e utilizaram para a escola de língua que funcionava aos sábados. No dia 28 de agosto de 1986, ataram a aliança com Escolas Irmãs, com a Escola Primária da Faculdade de Educação da Universidade Seul, realizaram os Cursos na Pátria aproveitando as férias. No dia 30 de junho de 1987, houve a primeira viagem de Curso na Pátria, e mais tarde, até o ano de 2010, no total de 229 alunos, incluindo os professores, viajaram para o curso, em 7 levas. Atualmente, a Escola Degun é a maior entre cerca de 30 escolas de língua coreana em São Paulo, e está oferecendo a oportunidade também aos não católicos, contribuindo grandemente na sociedade coreana.

② Escola Infantil Degun

A primeira formatura, 1978

A Igreja Nossa Senhora da Paz, onde a comunidade coreana permanecia, naquele tempo administrava uma escola de primeiro grau . Muitos coreanos colocaram os seus filhos aqui. Também, os fiéis matriculavam os filhos na escola infantil, que era ministrada para os filhos de japoneses pela Província de Sorocaba; através da Ir. Juliana Che, vendo a rápida adaptação das crianças nas escolas brasileiras e a realidade da educação dos filhos dos coreanos, projetou a abertura de uma escola infantil para a comunidade coreana. Mais tarde, no dia 30 de julho de 1978, ela abriu a Escola Infantil Haesung, com o objetivo de instrução de língua e cultura coreana aos filhos dos coreanos, e também para o desenvolvimento sadio do corpo e da mente das crianças. A escola abriu com uma professora e 11 alunos, e no primeiro ano, houve um formando. A Irmã Clara Chung, a 4ª diretora, definiu como o lema da escola. ‘Iluminadas, puras e belas’.

A atual Escola Degun

A Escola Infantil Haesung, em 1990, foi transferida a sua responsabildade, da Província de Sorocaba para a Paróquia Coreana. E em 2004, quando foi improvisado o novo templo no Bom Retiro, foi transferido para o local. Neste interím, o seu título também foi modificado por ‘Escola Infantil Degun’. Desde 1985 adotou o sistema educacional Montessori e aplicou às aulas. No dia 1 de abril de 2015, hoje, é administrada com 5 classes, 9 professoras e 4 colaboradores, com 61 alunos.

3. Os pastores e os grupos de apostolado

1) Pe. Chang Ji Byun (Mateus)
Período de permanência: março de 1979 – Dezembro de 1980

No dia 25 de março de 1979, o Pe. Chang Ji Byun (Mateus) foi nomeado como o primeiro vigário. O Pe. Byun pertencia à Diocese de Busan, depois de cursar o Direito Canônico em Espanha, pelo convite do Dom João B. Balke, estava trabalhando no seminário de São José do Rio Preto. No meio disso, o Pe. Ham solicitou a sua ajuda na paróquia e veio à comunidade. Mas antes da sua vinda, houve vários contatos com a comunidade. Em agosto de 1977, ao chegar no Brasil, orientou um retiro, e em setembro do mesmo ano, quando o Pe. Pio teve que se ausentar para a visita pastoral na Argentina e no Paraguai, foi nomeado como o representante do pároco. Apesar disso, o Pe. Byun não atuou nas outras atividades pastorais fora as celebrações das missas e de sacramentos.

O Pe. Il Yong Chung e o Grupo de Coroinhas

2) Pe. Il Yong Chung (Pio)
Período de permanência: maio de 1983 – março de 1984

O Pe. Il Yong Chung (Pio) pertencia aos Missionários Combonianos e atuou por um curto período de 9 meses. Com a saída imprevista do Pe. Ham e o atraso do envio de um outro responsável por parte da Coréia, a Arquidiocese de São Paulo nomeou o Pe. Chung que estava no Brasil, para a Paróquia Coreana. Depois da sua posse, no dia 15 de agosto de 1983, na Solenidade de Nossa Senhora de Assunção, foi introduzida a Legião de Maria, e em dezembro do mesmo ano, a construção das salas de aula da Escola Dominical foi concluída e foi inaugurada a Escola de Língua Coreana Degun em fevereiro do ano seguinte.

Em março de 1984, o Pe. Chung partiu com a chamada do Superior Geral e por problemas de saúde. A Arquidiocese nomeou o Pe. André Osaki como o orientador espiritual, na falta de um pároco na Paróquia Coreana. Além do Pe. André, o Pe. Pedro Settin, o Provincial dos Missionários Combonianos e o Frei Alécio Boering (OFM), atuaram no auxílio pastoral para a comunidade paroquiana.

3) Pe. Ja Oh Koo (Benedito)
Período de permanência: outubro de 1984 – março de 1989

Após a partida do Pe. Chung, a Paróquia Coreana continuou durante alguns meses, na situação de ter a vida de fé com a ajuda dos padres brasileiros. Para resolver esta situação, não somente os fiéis da paróquia, mas também a Igreja da Coréia incumbiu os esforços. O Dom Jung Il Park, o responsável sobre os imigrantes católicos, pensou no Pe. Ja Oh Koo como apto e o recomendou, e a Madre Geral Getrude que estava em visita à Coréia na ocasião de 200 anos de Missão Coreana, também pediu ao Pe. Koo a pastoral para os fiéis do Brasil. O Pe. Koo aceitou o pedido e chegou à Paróquia em outubro de 1984. A partir do Pe. Koo, a Diocese de Daejeon está enviando os padres à Paróquia.

O Pe. Koo, durante o seu mandato, iniciou o Movimento de Renovação Carismática e o Encontro dos Casais para ativar a paróquia e as comunidades. Esforçou para que a Legião de Maria já adotada se enraíze na paróquia, também, através de vários eventos e retiros, atuou para o crescimento dos fiéis.

6 de maio de 1984
Houve a cerimônia de 200 anos da fundação da Igreja Católica na Coréia e da canonização de 103 mártires com o Papa João Paulo II na Coréia. Participaram cerca de 60 fiéis da comunidade. No mesmo dia, a Paróquia no Brasil celebrou a Assembléia da Fé em comemoração aos 200 anos da Missão na Coreia, particularmente.

O Seminário de Contemplação Carismática em 1986 (31 de julho – 3 de agosto)

① Grupo de Oração Carismática

Antes da vinda do Pe. Koo, as dez mulheres fiéis que fizeram o curso de Movimento de Renovação Carismática estavam reunindo periodicamente nas famílias, e este grupo se tornou um grupo de encontros semanais depois da visita do Cardeal Soo Hwan Kim em 1982. O Grupo de Oração Carismática, em torno dos fiéis que participaram no primeiro Retiro de Renovação Carismática, programaram os encontros periódicos, e em setembro do mesmo ano, iniciaram o Grupo oficialmente elegendo como o seu primeiro presidente, o Sr. Myung Soon Park (Stefano). O Grupo de Oração Carismática convidou todos os anos os padres orientadores da Coréia, e realizou os retiros de ‘Contemplação Carismática’. Com a participação cada vez maior dos fiéis, desde o ano de 1990, realizou também para os que participaram a primeira etapa do retiro, o retiro ‘A Vida em Testemunho’, que é um programa de processo d e aprofundamento. Os fiéis transformados pelos retiros, também recomendaram a participação às pessoas não católicas. E alguns deles se converteram ao catolicismo. O Grupo de Oração Carismática tem reuniões s emanais nas quintas-feiras, tem atraído uma grande atenção, até atingir 150 participantes. Atualmente, umas 20 pessoas se reúnem regularmente. Até em setembro de 2013, foram realizadas 19 vezes os ‘Retiro de Contemplação Carismática’, e 13 vezes os retiros ‘A Vida em Testemunho’.

O primeiro Encontro dos Casais
(7 a 9 de agosto de 1987)

② Encontro de casais (Marriage Encounter)

A Paróquia Coreana, em 1987, convidou o Pe. Chang Deuk Park (Agostinho) que atuava nos EUA, e realizou o primeiro Fim de Semana de Encontro de Casais (7 a 9 de agosto de 1987). Neste primeiro encontro, participaram 47 casais, o maior número até agora. Em 1995, com a orientação do Pe. Hee Soo Woo (Baltasar,) formaram as Famílias de Encontro dos Casais, e os primeiros representantes foram o casal Boo Yang Um (Joaquim) e Sook Won Kim (Ana). A partir disso, até o ano de 2012, foram realizadas 11 Fins de Semanas e um evento ‘Deeper’ (aprofundamento). Também realizaram o evento de ‘Caminho para ser Pais Verdadeiros’, ‘Sharing’ (partilha) ao ar livre, Encontros de Grupos, deste modo esforçaram-se para a santificação de casais que são a menor unidade da Igreja no mundo.

O Primeiro evento ‘Aciés’ (29 de maio de 1985)

③ Legião de Maria

O grupo de devoção que se instalou mais genericamente dentro da paróquia é a Legião de Maria. O primeiro presídio da paróquia é a ‘Mãe da Paz’, fundada em 1983. Com a atuação da Legião, através das atividades missionárias das legionárias, as situações dos fiéis puderam ser estimadas, e através destes dados pôde ser fundada a comunidade em Porto Alegre. Os legionários também visitavam as comunidades nas cidades dos outros estados e ministravam as instruções e reuniões de oração. Estes tipos de atividades fizeram grandes contribuições para a ativação das comunidades. Como aumento de número de presídio, foi fundada a ‘Cúria Porta do Céu’, e em 2012, a ‘Cúria Mãe das Graças do Céu’ foi fundada separando-se da Cúria Porta do Céu.

O cemitério da paróquia (Dia dos Finados)

④ Grupo de Consolação e Serviço às Almas

O Grupo de Serviço para Almas foi fundada em 16 de dezembro de 1979, com o primeiro presidente Sr. Yong Je Won (José). Visitavam os doentes, e os estimulavam através das orações. Visitavam as famílias em luto e as serviam nas cerimônias de luto. Em julho de 2005, o título foi modificado de ‘Grupo para Almas de Purgatório’ para o ‘Grupo de Consolação às Almas’, e em dezembro de 2013, foi mudado para o ‘Grupo de Consolação e Serviço às Almas’. No tempo em que servia com o nome de ‘Grupo para Almas de Purgatório’ separava os membros, de comitiva e comuns. Os membros da comitiva serviam para limpar e vestir o corpo e os membros comuns serviam com as orações nas cerimônias de luto. Mais tarde, com a insignificância da atividade dos membros comuns, foi reformulado para o ‘Grupo de Consolação e Serviço às Almas’. O ‘Grupo de Consolação e Serviço às Almas’ atuam no serviço de limpeza e de vestir do corpo, nas missas funerais, nos acompanhamentos aos túmulos e liderar nas orações da vigília de luto etc.

A paróquia comprou uma parte do terreno dos túmulos dentro do Cemitério Gethsêmani em 1992, e estes túmulos estão sendo administrados pelo Grupo de Consolação e Serviço para Almas e pelo Departamento de Finanças. Até agora, nos Dias dos Finados, são celebradas todos os anos, as missas para almas neste lugar junto com os fiéis da Paróquia.