O primeiro sacerdote da Coreia, padre Kim Degun André, é venerado por mais de 1,3 bilhões de católicos, e dia 5 de julho é o dia em que se celebra a sua memória em todas as igrejas católicas do mundo.

O padre Kim Degun nasceu em 21 de agosto de 1821, em Solmoe, no estado de Chungcheong-Do (agora Songsan-ri, Danjin no estado de Chungnam). Quando tinha sete anos de idade, sua família se mudou para aldeia da montanha Golbe-Masil que fica em Yong-in Gun, Nesamyun, no estado de Gyeonggi, para fugir da perseguição ao catolicismo daquela época, e lá ele cresceu.

Em 1836, quando tinha quinze anos, Kim Degun foi escolhido como seminarista pelo padre missionário francês Maubant e foi para Macau, a fim de estudar teologia juntamente com Choi Yang-Up (Thomas) e Choi Bang-Je (Francisco). Em 17 de agosto de 1845, recebeu a ordenação sacerdotal pelo Bispo da Diocese de Chosun, D. Ferreol, em Xangai-China. Dez anos depois, em agosto de 1845, o padre Kim Degun retornou para Coreia e se dedicou ao trabalho missionário em Seul. Entretanto, no dia 5 de junho de 1846, foi preso na ilha de Baengnyeongdo enquanto procurava um caminho alternativo pelo mar para a entrada de missionários estrangeiros.

Em 16 de setembro de 1846, em Senamtue, às margens do rio Han, em Seul, ele foi martirizado, após receber a sentença de Gun Mun Hyo Su. Ele tinha 25 anos e morreu um ano após ser ordenado.

A Igreja Católica, reconhecendo a virtude e o martírio heroico do padre Kim Degun como um exemplo da nobre fé, o beatificou em 5 de julho de 1925, e, no dia 6 de maio de 1984, o canonizou.

Mesmo em sua curta vida de apenas 25 anos, o padre Kim Degun André, além de ser o primeiro padre católico coreano, enfrentou a realidade da época, e se tornou pioneiro na disseminação da verdade. Ele também foi um dos primeiros a estudar os conhecimentos ocidentais no exterior, foi o viajante a percorrer a mais longa distância do território de Chosun (atual Coréia), e foi o pioneiro a fazer a rota do Mar Ocidental, navegando da ilha de Yeonpyeong (Chosun) para Xangai, na China. No início de 1845, o padre Kim Degun criou o “Evangelismo de Chosun” que contém o mapa de Chosun para missionários, e também deixou vinte e uma cartas e memorandos sobre a história da igreja coreana.

O Brasil tem o maior número de católicos do mundo, mas a história do catolicismo na Coréia tem pouco mais de 200 anos. No século XVI, livros católicos de um grupo de missionários que estavam em missão na China foram levados a Chosun (atual Coréia), e começaram a ser estudados pelos eruditos. Entre eles, surgiram pessoas que queriam entender o catolicismo como uma nova filosofia de vida, e depois passaram a acreditar e praticar o catolicismo como uma religião nova e verdadeira. O estudo desses livros católicos foi a base inicial para que a igreja coreana fosse constituída independentemente.

Entre os primeiros estudiosos, Lee Seung-Hoon Pedro foi para Pequim, na China, pois queria praticar efetivamente o catolicismo. Lá foi batizado pelo padre missionário Francês Grammont em 1784, e, quando retornou à Coréia, fundou a primeira comunidade cristã no país e quando retornou, se iniciou os primeiros encontros de cristãos na Coreia.

No entanto, a ideologia católica bateu de frente com as ideologias políticas, culturais e religiosas (confucionistas) de Chosun, e a crença católica de que todos os seres humanos são iguais era vista como uma ameaça ao sistema hierárquico social da época de Chosun. Por esse motivo, a Igreja Católica Coreana foi perseguida por mais de 100 anos, e mais de 10.000 fiéis foram mortos por confirmarem a sua fé. Para os fiéis da época, responder à pergunta “você é católico?” era questão de vida ou morte. Mas, diante da ordem de negar a fé, os mártires não cederam. Da mesma forma, o padre São Kim Degun André, ao ser indagado na prisão, pelo comandante do cárcere, respondeu “eu sou católico”, testemunhando sua fé, e foi coroado pelo martírio. Essa pergunta nos faz refletir o que significa ter fé.

▶ Período do Jubileu: 29 de novembro de 2020 (1º Advento) a 27 de novembro de 2021 (um dia antes do 1º Advento)

A Penitenciaria Apostólica da Santa Sé, com o poder especialmente concedido por Sua Santidade, o Papa Francisco, para promover a fé dos fiéis e a salvação das almas, por ocasião da celebração solene do Jubileu de 200 anos de nascimento do sacerdote São Kim Degun André nas Dioceses da Coreia no período de 29 de novembro de 2020 à 27 de novembro de 2021, concede a Indulgência Plenária aos cristãos que praticarem  condições habituais (Confissão, Comunhão e oração segundo as intenções do Papa) e cumprir as seguintes condições.

A indulgência plenária pode ser obtida para à alma do purgatório através da oração de  intercessão.

• Peregrinar em qualquer igreja ou local sagrado designado pelos bispos da Arquidiocese da Coreia para celebrar o Jubileu e participar com devoção das celebrações ou dos eventos especiais da ocasião;
• Diante de restos mortais ou da relíquia do Santo padroeiro, fazer veneração em memória durante um tempo adequado, recitar o “Pai-Nosso” e o “Credo”, e terminar a oração com súplicas a Bem-Aventurada Virgem Maria e São Kim Degun André;
• Os idosos, os doentes e aqueles que não podem sair de casa por razões graves, também poderão obter a Indulgência Plenária se arrepender dos seus pecados e ter a intenção de cumprir o mais brevemente possível as três condições habituais e diante de uma imagem de São Kim Degun se unir espiritualmente a solenidade do Jubileu e oferecer a oração, os sofrimentos ou dificuldades da própria vida a Deus misericordioso.

Está usando roupa tradicional coreana da época. O chapéu se chama “Gat” e era usado pelos nobres da sociedade. Mesmo sendo de uma família nobre, São Kim Degun viveu como sacerdote a serviço do povo de Deus. Na mão direita está segurando a Cruz e na esquerda, a Bíblia, simbolizando o seu empenho em propagar o Evangelho.

No Altar da Capela estão guardados os restos mortais de São Kim Degun André, o primeiro Sacerdote da Coreia, que se tornou Mártir.

Na Coreia há ao todo 103 santos e 124 beatos. A imagem do mosaico é cópia de um quadro com os 103 santos que foram canonizados em 1984 pelo Papa João Paulo II. O mosaico foi produzido por 15 mulheres de uma aldeia, participantes da Associação beneficente “Projeto Âncora”.  Esta obra contém 400 mil pedras revestidas com corantes naturais e tem 7,5m de largura por 4,5m de altura. Foi inaugurada em 19 de dezembro de 2014.

O altar, o púlpito e a cruz do altar são obras de Cláudio Pastro de 2004. Com o intuito de expressar a essência da Coreia, ele usou o emblema ‘Taeguk’ (Equilíbrio entre Yin e Yang), que representa a Coreia, e harmonizou com o formato da cruz. A imagem da cruz resultante foi gravada no altar, no púlpito e na cadeira do sacerdote. A parede atrás do Altar foi forrada com azulejos dourados, simbolizando a imutabilidade e a eternidade de Deus. Abaixo da cruz do altar,103 azulejos com o desenho da rosa de Saron (a flor nacional da Coreia), contendo as cores usadas em trajes tradicionais, foram colocados para simbolizar os 103 mártires da Coreia.

Santo Deus,
Agradecemos por plantar a semente do Evangelho nesta terra por meio de mártires
Especialmente por chamar Kim Degun André
Para ser consagrado como sacerdote em um país distante
E finalmente conceder-lhe a glória de se tornar mártir.

Deus, fonte da verdade,
Guie-nos para que possamos amá-Lo de todo o coração, assim como fez o padre Kim Degun André
Que possamos acreditar fielmente na verdade revelada por Ti
Que possamos ter como exemplo a vida de mártir, que, mesmo no sofrimento, seguiu o caminho da cruz
E que possamos ser Tuas testemunhas com coragem, não temendo qualquer dificuldade e sofrimento da vida terrena.

Deus, fonte da esperança,
Que possamos buscar a salvação e a vida eterna, assim como fez o padre Kim Degun André
Que possamos vencer as tentações do mundo e viver uma vida misericordiosa
Reconciliando-nos com o próximo e ajudando os pobres e os fracos
E assim viver a alegria do Jubileu.

Deus, fonte de amor,
Assim como chamou Kim Degun André como o primeiro sacerdote desta terra
Fazei com que frutifiquem grandes sacerdotes e religiosos
Que se dediquem com fervor à evangelização desta terra e ao trabalho missionário mundial
E que nós também possamos viver na alegria como obreiros do amor, levando o Evangelho.
Oramos em nome no nosso Senhor Jesus, Amém!

Guardiã da Igreja coreana, concebida sem pecado original, bem-aventurada Virgem Maria,
Rogai por nós!

São Kim Degun André e todos os mártires coreanos!
Rogai por nós!